Início Receitas O Inesquecível Caminhos de Pedra de Bento Gonçalves
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Quem já viajou pela Europa, assim como outros continentes, sabe das suas belezas e encantamentos e quem morou lá por vários anos como eu, quando retorna ao Brasil, muitas vezes não quer dar o mesmo valor ao que é nosso, um erro gravíssimo.

 

Quando moramos em algum lugar e não sentimos a urgência de um turista, várias vezes deixamos pra lá pontos turísticos, históricos, belezas naturais e também não valorizamos a nossa culinária local, que vergonha, mas é verdade. Erro que eu não quero mais cometer!

 

Sexta passada eu resolvi que, pelo menos a minha região eu vou conhecer de cabo a rabo! E depois espero que eu consiga explorar mais o resto do meu estado e também o restante do Brasil. No último sábado eu redescobri o valor de um passeio.

 

Era pra ter sido uma volta de carro simples e acabou sendo uma descoberta com uma lição no final: valorizar o que é nosso.

 

É incrível como uma nova descoberta, um passeio pode fazer maravilhas emocionalmente falando. Ao voltar pra casa, me senti renovada, como há vários meses não me sentia. Também pudera me sentir bem assim, a Serra Gaúcha não perde em nada para as paisagens européias. E Bento Gonçalves está de parabéns em todos os sentidos quando se fala em profissionalismo, preservação da cultura local e história do povo, belezas naturais e amor pela terra.

 

Hoje eu preciso falar dos Caminhos de Pedra, aliás desde que eu voltei a Caxias do Sul, no sábado depois de ter passado o dia explorando este lugar e não ter visto tudo, só o que eu faço é falar de lá e recordar os momentos maravilhosos.

 

Eu não sabia o que encontraríamos no tal dos Caminhos de Pedra e só pra começar encontramos uma paisagem de tirar o fôlego e casas antigas que conservam a arquitetura da época da imigração italiana que começou por volta de 1880.

 

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Paramos o carro várias vezes ao longo da estrada para bater fotos destes lugares e imaginar as suas histórias era inevitável. Assim que eu saí do carro, o cheiro maravilhoso de plantas e flores me emocionou, de verdade.

 

 

É fácil entender o porque do nome quando vemos algumas das casas feitas de pedra.

Até uma casa abandonada tem o seu charme naquela atmosfera.
Ao longo do caminho há várias opções de comércio e restaurantes para visitar e todos conservam e respeitam as antigas construções, a natureza e a cultura local. A limpeza e o capricho estão em todos os lugares.

 

 

O primeiro lugar que escolhemos visitar foi a Casa da Ovelha. Simplesmente muito mais do que eu esperava. A Casa da Ovelha é a segunda indústria de laticínio que beneficia o leite de ovelha e está inserida no roteiro turístico de Bento Gonçalves no Caminhos de Pedra. Vou começar falando do valor do passeio que entre outras coisas inclui uma apresentação com demonstração explicando como se dá o pastoreio no campo com a ajuda dos cães da raça Border Collie, pastoreio em campo aberto, degustação e uma mini palestra sobre a história da casa e da empresa, amamentação das ovelhinhas (momento cute) e ordenha, tudo isso por 20 reais. Valor bem honesto.

A cadela Border Collie Brenda e eu depois da sua incrível demonstração de pastoreio cujo ela desempenhou lindamente toda a técnica e o mais interessante, o respeito entre cachorro, ovelha e pastor. Lindo demais!

 

 

Eu conversando com os filhotes e contando como seria a nossa fuga para o nosso apartamento de um quarto.

Amamentando!!!!

Afofando e me conformando que uma fuga não seria uma boa idéia.

 

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Nossa segunda parada foi na linda Casa da Erva-Mate, que capricho!!!! Nós que somos daqui adoramos a casa da Erva-Mate, mas, não pude deixar de reparar no interesse da turistada. Eles querem mesmo saber sobre o assunto e se divertem com as cuias de chimarrão em punho. Na Casa da Erva-Mate fomos recebidos com muito carinho e disposição pela nossa guia Carina, que nos ensinou muito sobre a história da casa e da própria erva-mate. Lá também são comercializados produtos que eu nunca poderia imaginar, desde sorvete até creme hidratante de erva-mate! O custo do tour é de 3 reais, dura creca de 15 minutos e é super interessante!

 

 

Caminho da água até o moinho com rosas ao redor, maravilhoso!

 

 

Nossa guia querida, super competente e talentosa pra falar, Carina.

 

 

 

Sorvete de erva-mate, um dos produtos super criativos da casa.

 

 

Parada para coooomer! Não sabíamos onde parar pra almoçar, fatalmente tivemos que escolher um lugar dentre várias opções muito atraentes. A Casa Vanni. Que acertada nossa! No princípio ficamos com um pouco de medo pois parecia um restaurante bem caro, inclusive reparamos nos carros estacionados do lado de fora, o que nos ajudou a concluir que realmente seria caro. Contudo, não nos intimidamos e entramos.

 

O restaurante, como não poderia deixar de ser, também se estabeleceu em uma casa antiguíssima e a decoração se utiliza de móveis igualmente antigos, contudo, o restaurante, ainda sim, tem um quê de moderno pra mim. De certo porque é um destes lugares onde o menos é mais, simples e chique, partindo da decoração até o cardápio com descrições claras sem muita frescura, sem milhares de opções onde nada é bem feito. Pelo contrário, a quantidade ideal de opções e que são executadas com maestria.

O estilo de servir é bem como eu gosto, em prato fundo, bem como se vê por toda a Itália. Eu queria pedir talharim ao sugo, que é um molho de tomate simples, mas que diz tudo; se o sugo não for bom, não volto mais no lugar. Mas fui persuadida a escolher talharim a bolonhesa. E o meu marido escolheu risoto de carne de panela!!!!

 

Tudo o que eu esperava daquele lugar se confirmou no sabor daqueles pratos, que delícia! Eu voltei pra 2009, na primeira vez que sentei em um restaurante italiano na cidade de Bolonha, por coincidência, o meu pedido foi o mesmo que 6 anos atrás. Fechei os olhos pra comer, saborear e lembrar. Bem ali naquele ambiente, no porão de pedras daquela casa antiga, de frente para um jardim que é a tradução da paz.

 

E o valor de tudo isso? Tudo por 80 reais o casal, sem vinho pois estávamos dirigindo, porém com sobremesa, panna cotta, e expresso.
Meu prato já estava um pouco revirado pois ia esquecendo de bater a foto...

O risoto de carne de panela do meu marido. Poucos lugares sabem servir risoto, não fazem idéia do ponto certo, não é o caso das cozinheiras habilidosas da Casa Vanni.

 

 

E com toda aquela luz vinda do lado de fora, não resistimos e levamos a nossa sobremesa para ser saboreada de baixo das árvores e ao som do riacho que corre ao fundo da Casa Vanni.

 

 

Foi difícil de sair dali e continuar o passeio, mas ainda bem que decidimos levantar acampamento, caso contrário não teríamos conhecido o seu Ademir e a Dona Eleni Spazia da Casa da Árvore.

 

 

Nós os achamos quando decidimos virar à esquerda e entrar em uma estradinha de terra passando pelo relógio do sol. Passamos por um lugar colorido, cheios de cata-ventos gigantes enfileirados com uma placa escrito Artesanato, na frente.

 

 

Paramos para saber qual era a história daqueles cata-ventos e descobrimos não só a história como o super projeto do seu Ademir, o projeto Casa da Árvore. O casal está construindo com suas próprias mãos, sem ajuda de mais ninguém, uma super casa na árvore apenas com madeira de demolição e esperam estar prontos para entrar no roteiro do Caminhos de Pedra até o final do ano; eu acredito que vai ser um sucesso e as criançada vai adorar.

 

 

E a história dos cataventos? Ele mesmo pode contar:

 

E por indicação, acabamos visitando a Casa do Tomate. Esta parada foi super interessante não só pela diversidade de produtos derivados do tomate, mas pela bela explicação rica em detalhes sobre a imigração italiana na serra gaúcha e sobre a história do Caminhos de Pedra. Por apenas R$2, saímos de lá cheios de informações fantásticas de um passado que não se poderia deixar morrer, o que só não vai acontecer mesmo, graças a projetos lindos como este, e pessoas super interessadas em valorizar a nossa cultura.

 

Eu gravei a explicação do começo ao fim para poder consultar quando preciso, sugiro que você faça o mesmo.

 

E depois da aula, degustamos alguns dos produtos que vão de caponata, chutney, geléias, cosméticos, gasosas feitas a moda antiga até sorvete de tomate, imperdível mesmo.
https://www.youtube.com/watch?v=b9r7JoFWOms

 

Para encerrar o passeio, a esta hora já estávamos super cansados, passamos na casa de artesanatos para comprar massa e saímos de lá com um belo pacote de tortéi. Para quem não sabe o que é tortéi, acho que posso dizer que é um ravioli de moranga temperado com especiarias, uma verdadeira delícia! Receita vai estar aqui no site.

 

 

Hoje eu só posso falar deste pedacinho do Caminhos de Pedra, tem muito mais há ser explorado então aguardem pelos próximos posts.
To be continued...

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